sábado, 14 de maio de 2011

Crime




Vasta força se comprime

No horizonte mais um crime

O soldado chora a morte

- nessas horas temos que ser fortes

Pois é a dor que se comprime

Neste ato de um crime

A vida se encerra com a morte

Muitos poetas a desejaram...

- como é grande a minha sorte

Todos eles se decepcionaram

Visualizo o invisível

Vejo-te como desprezível

Dentro deste claustro

Ao qual me encerrei

Reconheço que sou fraco

Reconheço que errei

Como são belas as flores

Recordo-me dos amores

- sobre o que estávamos falando?

Juro que não sei...

- seria sobre a morte?

Ah! É! Isso mesmo: morte!

Mas não quero falar dela

Melhor saltar pela janela

- creio que é melhor eu ir

Ah! Não vá! É cedo pra partir

Nem falamos sobre o amor

A plenitude da vida

Que nos causa tanta dor

E aos sonhos nos convida

A maior força do mundo

Que no coração está no fundo

- então me fale do amor

Não falo... não se fala do amor

O amor se vive e se sente sua dor 

Um comentário:

Priscila Guimarães disse...

A imagem casou direitinho com a postagem.

E acredite ou não, esse foi uma das mais bonitas que já vi por aqui. O jogo de palavras, e a sequência de idéias dá um ar de graça, e no final a gente acaba se surpreendendo, porque até mesmo um texto que comece a falar de dor, morte, fatalmente termina afirmando sobre o sentimento que a gente se palta para viver.

Adorei.
Valeu a pena a demora.